Ventania (agonia)


Quem sou eu? (O vento)

Neste inerte momento perpétuo (?)
A foto imperfeita de uma vida plena
Um jogador viciado (cansado)
Perdendo suas últimas fichas

Um golpe desleal ao meu ego
A fragilidade da minha índole
Apenas um movimento de xadrez
As curvas sinuosas da vida

Encrustada, esta minha juventude
Tragada por manias de um outro eu
(Meu gênio criminoso)
Irreverente como qualquer outro menino

Salgado como o mar 
Senti seu imposto (destino)
Com esse seu gosto
Tão indecoroso (amoroso)

Eu sou o vento (fogo)
A brisa invisível
O conforto inabalável
A fúria adormecida (silenciosa)

A companhia de meu ego tão exacerbado
Me tornou um tolo (fugaz)
Cego perante minha própria finitude
Irresponsável com minha própria grandeza

Ao certo, terei que decidir (lutar)
Serei eu a por um fim? (Ou começo?)
O amor de uma mulher se tornou
A serena espera de uma vida (plena)

E fim. (Eu e nada mais)

Voe como o vento
Infinito e incompreensível
Transpassado de dor e amor
Dedicado cupido de lágrimas e sorrisos

Mergulhado no oceano infinito da vida
Acompanhado pela jovem velha dama

"Trouxe seu cachecol? Hoje vai fazer frio."

"Vai?"

"Sim, o inverno está chegando...
E eu sou a brisa gélida."

"Ou o próprio inferno."

Satan estaria orgulhoso e Deus furioso.

"Fizemos bem, vamos."

Postagens mais visitadas