Oblivion



Porque eu sinto 
Como se duas metades de mim estivessem me disputando?
Como se eu estivesse dividido?
Como se dois extremos gritassem suas ideologias em mim?

Essa dualidade terminantemente injuriada
Dicotomicamente eu estou
Sinto-me inerte
Preso ao impasse de dois gigantes
Arrebatadoramente eu tento me libertar
Mas sufocante é essa intriga

Sons de pássaros e árvores
O entropeço do tempo
O acusador causticante
Que julga e executa a todos
Lastimavelmente eu me encontro
Jogado ao desespero de nunca ser quem realmente é
De nunca realmente saber quem sou

Ó, mundo, Ó, céus, Ó, Deus
Meu ar é roubado
Lentamente sou levado
A morte
Ao medo
E ao pior de todos os destinos
O esquecimento
...

Maldita dor
Maldita discussão
Maldita vida
Meu complexo eu
Minhas escolhas incertas
Porque nunca encontro uma forma de superar?

Uma voz ecoa em mim
Ela grita
E um outro som eu escuto
Parece mais um sussurro
Tentando dizer
Para não seguir por ali

Minha mente é um labirinto
Para mim mesmo
Estou perdido em meus pensamentos
Perdido em minha vida
Sem saber o que é certo
Ou
O que é errado
Mas ainda pior
Sem saber se o que sei é realmente meu
Se é algo meu
Se não é algo deles
Se não é algo nosso
...

Estou a cair na imensidão da solidão
No infinito céu da escuridão
No abismo do esquecimento
Sinto o meu corpo se afogar
Em mim mesmo
Serei esquecido
Por mim mesmo

Algum dia
Talvez
Se lembraram de mim?
Como deve ser
Ser esquecido

Por você mesmo?

                                                              --Hakai--

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