#Project - Imaginary Dreams




Sonhos imaginários

No inicio era até bonitinho, e comum...
Afinal, ele não era o único a me olhar...
Mas depois de um tempo isso começou a me perturbar...
Não era apenas no colégio...  Antes e depois também...
E até mesmo quando eu ia ao shopping e sair para a casa de alguma amiga...
Ele sempre me seguia... Sempre me observava...
Eu não o conhecia, nem era da minha turma nem bairro...
A situação estava me estressando e eu estava com um pouco de medo...
Entretanto, ainda não quis avisar a família, para não causar pânico desnecessário...
Disse àlgumas amigas...
“Talvez ele seja um pervertido ou um assassino...”
Certo dia, passeando pelo parque... Indo ao encontro de minhas amigas...
Como sempre lá estava ele me observando... Eu estava ao telefone com uma das minhas amigas...
“Sim. Ele continua me observando...”
Olhei novamente para ver se ele estava me observando... Mas, dessa vez ele sumiu...
Por um breve momento senti um grande alivio...
Ao olhar para a saída do parque... Lá estava ele...
Nesse instante pensei...
“Estou perdida...”
Minha primeira reação foi correr para o lado oposto...
“Ele nunca vez contanto direto! “
“Não importa quais que sejam as intenções dele, você precisa sair dai... “
Por sorte eu tinha minha amiga ao telefone para me acalmar...
Olhei para trás para ver se ele estava me seguindo... Ele sumira...
No relance de olhar novamente para frente... Paralisei...
Estava ele em minha frente...
Uniforme do colégio, cabelo cor preta, liso e curto; usando óculos...
Eu mal conseguia me mover... A situação me paralisou... Nem mesmo uma simples palavra eu podia pronunciar...
Com um pequeno esforço... Consegui dizer...
“P-por favor, n-não me machuque...”
O reflexo dos óculos me impossibilitava de ver seus olhos...
Ele moveu a cabeça e eu puder ver seus olhos... Eles não eram os de um assassino nem pervertido...
Eles me transmitiam confiança...
Ele sorriu e disse...
“Não seja boba. Estive observando você durante este mês...”
Ao me dizer aquelas palavras... Aquela sensação de alivio trazida por seu olhar ficou embaraçada...
Seria ele um pervertido ou assassino mesmo?
“Não me leve a mal. Eu estava apenas coletando informações.”
“Informações?”
“Você fala afinal!”
Ele sorriu... Fiquei um pouco envergonhada e sem graça...
“Sim. Precisava saber se você era a pessoa ideal.”
“Pessoa ideal? Para que?”
“Não se assuste, mas como eu disse obtive muitas informações nesse ultimo mês que estive te observando.”
Cada palavra dele me fazia me sentir ainda mais insegura...
“Apesar de você ser popular no colégio, é inteligente, bonita. Sai com suas amigas e faz tudo que uma garota gostaria de fazer. Entretanto...”
“Entretanto?”
“Isto não é o que você realmente gosta. Certo?”
“Aonde você quer chegar?”
“Muitas poderiam dizer, a primeira vista; que você é uma simples garota fútil.”
Com essa ultima frase, minha duvidas sobre suas verdadeiras intenções se tornavam cada vez mais nubladas.
“Você esconde um segredo, assim como todo mundo; entretanto você está omitindo até de si mesma.”
Por um instante algo veio em minha mente, assim como veio rápido se foi também. Apenas um reflexo de uma ideia. Logo em seguida uma dúvida.
“Que segredo?”
“Como esperado, você fingi a si mesma que nada existe.”
Seu olhar mudou, seu sorriso sumiu. Seus olhos agora se voltavam para o chão. E com uma voz um tanto quanto ameaçadora ele falou.
“Dentro de você, há um ódio profundo e antigo. Criou essa outra personalidade, com medo dos outros ou devo dizer medo de si mesma. Tinha medo de qual seria seu caminho se continuasse com aquele pensamento.”
“Ódio? Minha vida é perfeita, que razão me levaria a ter tal ódio?”
O medo tomava conta de mim novamente. Eu não poderia continuar lá com aquele sujeito, afinal ele era um completo estranho para mim.
“Seu ódio é algo que você aprendeu a esconder de tal maneira que nem mesmo você poderia achá-lo. Todavia, ele pertence a sua mente e a existência.”
Dei alguns passos para trás. Eu estava tentando fugir. Outro relance de memoria.
Ele notou meu recuo. E segurou meu pulso bem forte.
“Do que tem medo?”
Naquele momento tudo que se passava na minha mente era estar em qualquer lugar menos ali. Todo aquele estresse me fez perder o controle.
“Então me diga que ódio é esse!!!??”
Ele soltou meu pulso e virou o rosto.
Apesar do pulso um pouco dolorido, virei as costa e sai andando.
“A humanidade.”
Suas palavras foram suaves, mas elas ecoaram bem profundo na minha alma e mente. Aquele pequeno relance se tornava uma imagem concreta em minha mente. Meu corpo se paralisou. Agora tudo ficou claro, meu ódio era por esta humanidade.
“A...a...a...”
Mal conseguia dizer uma palavra se quer.
“Não precisa mais se esconder, estou aqui para alivia-la. Compartilho esse mesmo ódio.”
Virei-me rapidamente e ele estendia sua mão para mim. Com um grande sorriso e olhos serrilhados.
“O que você quer de mim?”
Apesar de tudo eu ainda continuava receosa sobre aquilo.
“Como eu disse inicialmente precisava saber se você era a pessoa certa. E afinal você era mesmo. Agora o que eu quero de você, e simplesmente sua ajuda.”
“Minha ajuda? Em que?”
“Ajuda para destruir a humanidade!”
“Ãh?!”
Eu mal podia acreditar no que tinha ouvido. Mas sinto como se aquelas palavras me confortassem, parecia que eu estava esperando há muito tempo para ouvi-las. Olhei-o novamente e segurei em sua mão.
“HAHAHAHA!”
Apesar de sua risada macabra, isso não me assustara mais. Sentia-me leve.
“Agora vamos.”
“Vamos aonde?”
Ele sorriu para mim e me abraçou forte. De repente estávamos no céu. Parecia um sonho. Era como estar voando. Eu deveria ter alguma preocupação naquela situação, mas tudo o que eu sentia era tão incrível que eu não poderia para-lo.
...

-- Hakai --

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